Os dados ou big data são um recurso global, pronto para ser coletado por ferramentas digitais modernas. Há alguns anos atrás, seu valor superou o do petróleo e, desde então, cresceu exponencialmente. Hoje, os dados são um dos recursos mais valiosos do mundo. E, no entanto, a indústria da construção precisa estar convencida de que a exploração de big data (ou dados) ajuda seus negócios!
Big Data refere-se às grandes quantidades de informações que foram armazenadas no passado e continuam a ser adquiridas hoje. Este big data é acumulado de pessoas, computadores, máquinas, sensores e qualquer outro dispositivo ou agente que gere dados.
As empresas usam o big data acumulado em seus sistemas para melhorar suas operações, fornecer um melhor atendimento ao cliente e para muitas outras perspectivas. Se usado de forma eficaz, o big data pode fornecer às empresas informações valiosas e uma vantagem competitiva sobre as que não o fazem, pois podem tomar decisões de negócios mais rápidas e informadas.
Na indústria da construção, como em qualquer outro setor, o Big Data está em constante crescimento com contribuições de várias fontes. Isso inclui trabalhadores no local, guindastes, escavadeiras, cadeias de suprimento de materiais e até mesmo os próprios edifícios. Sem dúvida, isso já começou a transformar o setor.
Porém, um grande obstáculo está presente: “grande parte dos dados coletados são armazenados em silos”, ou seja, são mantidos de forma isolada por um departamento, uma divisão ou um sistema da empresa. Outra complexidade do setor está ligada ao elevado número de atores envolvidos em um projeto. Arquitetos, engenheiros, gerentes de construção, empreiteiros, proprietários estão frequentemente desconectados uns dos outros.
Encontrar uma maneira de coletar, analisar e processar o big data gerado por esses grupos ajuda a quebrar silos e reduzir todos os riscos associados.
Vamos examinar mais de perto como a exploração desse big data pode beneficiar o setor.
Na construção, a comunicação entre as várias partes interessadas nunca é simples e direta. Isso não é ideal para a conclusão de um projeto, visto que surgem atrasos, desvios indesejados e erros humanos dispendiosos.
Com o sistema de gerenciamento de dados certo, cada parte interessada pode acompanhar sua área de interesse em um projeto; ou seja, como ele é afetado pela menor mudança. Reunidos em uma única plataforma que exibe dados em tempo real, diferentes partes interessadas em um projeto podem estabelecer uma comunicação mais clara e obter um planejamento e projeto mais bem-sucedidos antes da fase de construção real.
Os sensores das máquinas utilizadas nos sites podem indicar o tempo de atividade e inatividade. Essas informações podem ser processadas posteriormente para tirar conclusões sobre a melhor combinação de equipamentos necessária.
Ao analisar esses dados, os gerentes de projeto também podem determinar como usar os recursos de energia com mais eficiência e, assim, reduzir os custos e o impacto ambiental. Além disso, ter informações detalhadas sobre os materiais usados no processo de construção permite a troca automatizada de informações em toda a cadeia de suprimentos. Também permite que melhores decisões sejam tomadas quando se trata de evitar materiais perigosos e identificar alternativas substitutas.
Os sensores de coleta de dados também desempenham um papel importante na fase de operação e manutenção. As informações obtidas a partir de sensores instalados em edifícios, casas e pontes permitem uma melhor gestão das instalações. Eles podem rastrear dados provenientes do funcionamento interno do edifício em questão, seja o tráfego de pedestres, o consumo de energia ou as temperaturas internas.
Os sistemas de informação tradicionais sabem como registrar informações básicas relacionadas a cronogramas de projetos, projetos CAD, custos, etc. Porém, eles são limitados em sua capacidade de trabalhar com dados não estruturados, como texto livre, informações impressas ou leituras de sensores analógicos.
Os dados ao nosso redor são abundantes, é claro. Mas eles são frequentemente armazenados em formatos não estruturados que são difíceis de processar.
Além disso, é necessário ter uma linguagem comum interpretável por computador, que permite que sistemas internos e externos transmitam e analisem dados. Devemos primeiro alcançar a interoperabilidade entre os sistemas dispersos e os aplicativos usados pela cadeia de suprimentos para aproveitar o potencial da tecnologia atual. E, isso é possível estruturando-o.
Na construção, começa com o primeiro participante da cadeia de abastecimento: “o fabricante”. As características estruturadas do produto, derivadas dos Modelos de Descrição de acordo com as normas internacionais EN ISO 23386 e EN ISO 23387, fornecem o nível necessário de interconectividade de dados. Dessa forma, podemos manter o “fio de ouro” da informação fluindo por todos os estágios do processo de construção.
A padronização dos dados do fabricante é de extrema importância. Torna os dados interoperáveis e possibilita os grandes benefícios prometidos pela IoT, modelos BIM e IA (inteligência artificial).